sábado, 30 de janeiro de 2010

Metamorfo(z)eando


      Imagino o quão importante e necessário é uma transformação para nós seres humanos e para ao seres vivos em geral. Claro! O que seria da lagarta se não passasse por uma série de alterações em todo o seu organismo que a metamorfoseasse naquele admirável inseto possuidor de belas asas com inúmeras formas e cores? Há também a transformação que a mulher sofre em todo o seu corpo quando esta se encontra grávida. Entretanto, não me refiro apenas as mudanças biológicas e físicas. Existe outro tipo de mudança, a qual às vezes é mais complicada de aceitá-la e de compreendê-la. É a transformação que ocorre dentro de nós. Aquela que muda os nossos conceitos, definições e atitudes. Aquela que nos auxilia a crescer diante dos obstáculos impostos ao longo da nossa trajetória de vida. Talvez seja esta a mais importante. Talvez!
      Quando optamos por uma transformação, qualquer que seja, estamos nos arriscando a sofrer variadas conseqüências advindas de determinada decisão. Quer seja positiva, quer seja negativa. Tudo depende de ter iniciativa e coragem. E quem não se propõe a mudar, torna-se escravo dos velhos gostos e desejos, vivendo sempre naquela mesma rotina. Clicando sempre na mesma tecla. Se fechando para novas idéias e pensamentos e guardando as idéias ultrapassadas dentro de um baú que com o tempo de nada lhe valerá. Enfim, torna-se antigo, entretanto não pense que devemos esquecer o que fomos no passado, devemos apenas tentar evoluir. E para isso devemos sofrer certas transfigurações. Então, o que está esperando?! Mude a cor do seu cabelo, substitua a sua namorada, troque aquelas velhas roupas mofadas. Mude a direção do seu caminho, substitua o dia pela noite, troque a sua única opinião do século XX. Conheça o novo! Assim, realize, você, a sua mudança natural ou artificial. Sofra uma revolução, esteja pronto!
      Desse modo, entendam a mudança como uma forma necessária de adaptação dos fatores biológicos, físicos e sociais, pois “adaptar” significa “evoluir”. Além disso, notem que vivemos em constantes transformações desde que saímos do ventre da nossa mãe e continuamos a sofrer tais processos metamorfósicos. Você realmente se considera a mesma pessoa, a qual iniciou a leitura desse texto? Não?! Nem eu! Agora, sei que algo está mudando em mim. Talvez uma alteração genética em minhas células ou o rumo que este texto poderia ter tomado. Entretanto, não posso fazer nada... Já está mudado!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Náufrago


Onde estou? Foi exatamente o que eu pensara. O silêncio era absoluto. E eu só enxergava o infinito. A imensidão do vazio havia contemplado aquele local. E isso me fizera mínimo diante de tal situação. Tudo cheirava a nada e não havia ninguém ao redor para me tirar desse grande abismo. E eu precisava de alguém naquele momento, ao menos, para estar comigo e se fazer presente. Por que isso se fizera tão importante agora? Oras, às vezes, eu mesmo me achava a minha melhor companhia. Não sei o porquê, agora, esse “achismo” não me agradava tanto. Pensara em estar morto, mas não conseguira lembrar como havia morrido. Nem ao menos reconhecera o céu ou, talvez, o inferno. Mas não! Eu não estava morto. Assim, tentara me acalmar, mas eu estava ficando sufocado, estava cansado daquele sentimento que se apresentara de forma intensa e assustadora. Tentei gritar na tentativa de que os meus “pedidos de socorro” conseguissem atingir uma extensão maior do que aquela em que me encontrava. Todavia, nenhum som era tão barulhento quanto o próprio silêncio que invadira aquele lugar. E por mais que eu tentasse, eu sei, eu me afogaria naquele mar de mágoas. De repente, veio-me à mente o meu passado e as histórias que havia deixado para trás, veio o arrependimento das coisas que não fizera ou deixara de fazer, simplesmente, porque sentira que ainda haveria muito tempo e para mim, o amanhã era uma promessa. Mas quando saberemos ao certo quando teremos outra chance de demonstrar nosso afeto? Quando saberemos qual é a hora certa de dizer “Eu te amo!”? Quando saberemos o final de um ciclo? Quando saberemos ser companhia? Quando? Eu ri por uns instantes, pois os meus pensamentos se fizeram multidão, entretanto já era tarde e eu nada pudera fazer. E eu observara as minhas histórias construídas, ao longo do tempo, mergulharem e se afastarem de mim. Ora boiavam, Ora se afogavam bem na minha frente. E eu vira parte da minha vida desaparecer sem ao menos tê-la completado. Pela primeira vez eu estava com medo. Medo da perda! Isso me assustava bastante. Tudo estava sendo afogado, afogando! Eu já estava me afogando e me perdendo dentro daquela imensidão azul quando, repentinamente, eu acordei. Eu estava com a sensação de que estava molhado. Mas isso não importava naquele momento. Sai de casa determinado. Fui ao encontro dos meus amigos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reencarnação

Na separação de uma ligação
Fecha os olhos e dorme
Cala-se! E choram...
Ou riem
Sobe
E
Desce
Grita-se! E riem...
Ou choram
Abre os olhos e acorda
Na ligação de uma separação.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Abram as cortinas!


      O lugar estava repleto de pessoas. Parecia que naquela noite toda a cidade fora assistir ao grande espetáculo. Não, não era Natal. Era o circo que chegara à cidade. Havia muito tempo em que o circo não aparecia. As pessoas estavam exacerbadamente animadas. As mulheres ocupavam os salões de beleza e os homens selecionam seus melhores paletós. Todas as ruas da cidade estavam iluminadas. Afinal, era o circo.
      Dona Felícia, uma mulher magra e solitária, que tinha um grande sonho de ser mãe e ter três filhos, não obterá este sucesso pelo fato de nunca ter tido um namorado. Ela estava muito entusiasmada, já havia preparado tudo para o grande dia. Na verdade, um dia único para todos os habitantes daquela cidade. Principalmente para Dona Felícia, que apesar de possuir uma enorme herança deixada pelo seu pai, o ex prefeito da cidade, ela era uma mulher bastante solitária que vivia apenas de aparências. Por isso reservara o melhor vestido para aquela noite. Até mandara fazer um, porém a única costureira da cidade só possuía tecidos de cor escura. Entretanto, isso não abalou a animação de Dona Felícia. Nada abalara o desejo dela de ser feliz.
      Finalmente chegara o dia. Inúmeras pessoas esperavam pela grande atração do circo: O palhaço. E lá na primeira fila, encontrava-se Dona Felícia esbanjando seus belos sorrisos mecânicos, os quais iam se desconfigurando à medida que o palhaço foi colorindo aquele palco com alegria. Ah, o público verdadeiramente começara a sorrir. Tantos sorrisos brancos tornavam mais brilhantes aquele momento, que se fazia tão marcante para aquelas pessoas e para Dona Felícia também que assistia a tudo alegremente. Assim, aplausos e mais aplausos delimitavam a dança estratégica do palhaço e concomitantemente determinavam o fim. Infelizmente, os sorrisos desapareceram rapidamente, deixando aquele local com um ar sombrio. Mas Dona Felícia registrou tudo na sua memória. E ela tinha uma boa memória. Ela se lembrara da última vez em que sorriu de verdade. E como fazia tempo desde que esboçara um belo sorriso. Agora, ela poderia guardar aquele momento por um bom tempo, até que o circo resolvesse voltar novamente.


      E lá estava Dona Felícia com o seu sorriso fotográfico, pelas ruas da cidade, indo ao encontro da sua casa, quando, repentinamente, começou a chover e Dona Felícia tentava sem sucesso se proteger da chuva. Até que resolvera desistir e, então, continuou a caminhar, sorrir e relembrar da magia daquele palhaço, enquanto passava por um restaurante francês próximo à sua casa. Na calçada do restaurante, uma mãe repartia um único pão com seus três filhos. E a chuva já havia eliminado todas as cores daquele noite.
- Só sentimos a felicidade quando já não estamos mais cegos e podemos sorrir daquilo que distinguimos e realmente existe.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Duas mil e nove sensações.

      Finalmente, o ano de 2009 chegou ao fim, e não poderia continuar escrevendo, aqui, sem citar a real importância deste. Sem delongas, confesso-lhes que já o considero o pior ano da minha vida e espero que vocês, caros leitores, tentem esquecer ao máximo quando chegar a hora de vocês, pois sei que é impossível evitar. Bem, o ano passado não foi simplesmente o ano de 2009 ou o pior ano da minha vida. Foi o ano do vestibular! Sei que vocês devem está se perguntando o porquê desta minha opinião. Eu logo os contarei, estou apenas dando ao meu texto um ar de suspense. Mas acho que não obtive êxito. Quem sabe eu tenha mais sucesso se partir pro lado mais dramático. Quem sabe...

      O vestibular pode ser definido como um processo de seleção de novos estudantes empregado pelas universidades brasileiras, através de uma prova. Entretanto, penso no vestibular como um jogo paradoxal, o qual precisamos criar nossas estratégias para obter a vitória. E acredito que os vitoriosos desse jogo não são apenas os que detém maior conhecimento, mas sim, os que conseguem realmente jogar! Ou seja, contornar e amenizar as variadas emoções que este jogo desperta em nossas mentes, as quais fazem nos expressar diversas sensações em frações de minutos. Acho que não estaria exagerando se dissesse ''frações de segundos''. Pois foram os 365 dias mais torturantes que passei. Talvez seja pelo fato de ter uma rotina imposta, da qual me sentia obrigado a estudar todos os dias. E caso não folheasse algum livro, ou caderno, eu já me sentia reprovado. Era impressionante como aquela voz trabalhava pontualmente, clamando seus “Se”. Acho que nunca escutei tanto essa conjunção condicional como nesse ano. Enfim, tenho a convicção de que muitos compartilham desta mesma opinião e talvez experiência.

      No mais, tudo isso acabou, mesmo o tempo insistindo em caminhar paulatinamente. Agora, eu pretendo aproveitar minhas férias ao máximo ao lado da minha turma, pois este, infelizmente, foi o último ano juntos. Juntos em uma sala de aula, porque sempre estaremos juntos nas lembranças e nos encontros que acontecerão. Mas acho que isso não vem ao acaso, agora, pois a minha turma merece um texto somente e especialmente pra ela, para os meus melhores. Finalizando, queria parabenizá-la pela aprovação, iremos olhar pra trás e nos sentirmos vitoriosos, pois esta foi uma de inúmeras vitórias que ainda virão. Eu sei! E para os que não passaram ou não tentaram, eu vos digo: “Boa sorte! O inferno realmente é fogo”. Enfim, sei que vocês conseguirão também, esse ano. E se eu passei? Ahh, eu ''tô'' careca!  ;X